domingo, 14 de fevereiro de 2016

O BANGALÔ


Numa fase de minha vida que já relatei aqui no blog eu lia qualquer coisa, e quando escrevo as palavras ‘qualquer coisa’ não o faço no sentido pejorativo. Não eram os grandes clássicos, mas livros populares vendidos nas bancas de revista cujo preço eu podia pagar, estou me referindo à série de livros Júlia, Sabrina e Bianca cujas histórias de amor rocambolescas, passadas em castelos, ilhas ou paisagens paradisíacas, variavam sempre entre uma mulher pobre que se apaixonava por um homem rico ou vice versa.

Apesar de achar as narrativas por vezes muito pobres eu gostava de imaginar os autores debruçados em suas máquinas de escrever, único recurso da época ainda sem computadores, transpondo para o papel uma quantidade sem fim de romances ambientados em lugares exóticos, com passagens sofridas e o amor vencendo nos finais. Nesses livros a autoria das histórias não aparecia com o destaque merecido e posso até apostar que eram todos pseudônimos. Eu, canceriano que sou, gosto de um bom romance, mas acima de tudo gosto de uma história bem contada.

É como vejo a escritora Sarah Jio (1978) e seus livros. O Bangalô, que irei abandonar, faz parte de uma evolução das histórias contadas nas séries Júlia, Sabrina e Bianca. Já na capa a editora providencia um verbete que diz “Quanto tempo você está disposto a esperar por sua felicidade?” Agora é só começar a ler a primeira das 314 páginas para deparar-se com um segredo, uma carta recebida que trará recordações mais de cinquenta anos depois de vividas. Uma senhora, Anne, conta para sua neta, Jennifer, o que aconteceu em sua vida quando tinha apenas 21 anos, ia casar-se com um homem bom, tinha a segurança da família em Seattle, mas resolve seguir os passos da melhor amiga Kitty e alistar-se como enfermeira voluntária para a base aliada situada na ilha de Bora Bora durante a Segunda Guerra Mundial.

Chegando à ilha ela vai conhecer uma realidade dura e inóspita durante o período de guerra, mas também conhecerá Westry, um soldado que despertará em Anne sentimentos ainda não vividos dentro de um bangalô escondido numa praia deserta. Idas e vindas, tarefas da guerra, mal entendidos, segredos, traições e o assassinato de uma nativa serão explicados mais de cinquenta anos depois. Os românticos de plantão irão suspirar ao final.

Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Mezanino restaurante Raízes - Shopping Barra
Data: 26/03/2016

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