domingo, 24 de novembro de 2013

O CASO DOS DEZ NEGRINHOS



Na página 26 da edição do livro que vou abandonar você lerá o seguinte poema:

Dez negrinhos vão jantar enquanto não chove;
Um deles se engasgou e então ficaram nove.
Nove negrinhos sem dormir: não é biscoito!
Um deles cai no sono, e então ficaram oito.
Oito negrinhos vão a Devon de charrete;
Um não quis mais voltar, e então ficaram sete.
Sete negrinhos vão rachar lenha, mas eis
Que um deles se corta, e então ficaram seis.
Seis negrinhos de uma colmeia fazem brinco;
A um pica uma abelha, e então ficaram cinco.
Cinco negrinhos no foro, a tomar ares;
Um ali foi julgado, e então ficaram dois pares.
Quadro negrinhos no mar; a um tragou de vez
O arenque defumado, e então ficaram três.
Três negrinhos passeando no zoo. E depois?
O urso abraçou um, e então ficaram dois.
Dois negrinhos brincando ao sol, sem medo algum;
Um deles se queimou, e então ficou só um.
Um negrinho aqui está a sós, apenas um;
Ele então se enforcou, e não sobrou nenhum.

A partir daí o leitor, que já sabe o que vai acontecer, se deliciará com uma obra policialesca fascinante de Agatha Christie (1890-1976). Um dos raros livros que a escritora não utiliza-se do seu mais famoso personagem, o detetive Hercule Poirot, para desvendar a trama.

O argumento é de uma simplicidade quase infantil, e por isso mesmo genial, não à toa reza a lenda que é o livro mais vendido da autora com mais de cem milhões de cópias vendidas. São dez pessoas numa ilha, oito chegam de barco, foram convidados pelo misterioso casal que tem as mesmas iniciais U. N. Owen, lá encontram um casal de empregados que informa a todos um pequeno atraso na chegada de seus anfitriões.

Após o jantar uma voz vinda do gramofone faz acusações contra os dez, oito convidados e o casal de empregados, todas elas envolvendo a morte de alguém. O casal de empregados é acuado, mas revelam não conhecer seus patrões. O mar agitado impede que o barco, única locomoção que pode leva-los de volta ao continente, atraque no cais. Durante o fim de semana todos serão assassinados e cada morte segue precisamente o que diz o poema emoldurado em todos os quartos.

Você será capaz de desvendar esse mistério?

Cidade do abandono: Rio de Janeiro
Local: Praça da Candelária
Data: 15/01/2014

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