sábado, 3 de agosto de 2013

ANTOLOGIA POÉTICA DE FERNANDO PESSOA


Há um poeta em mim que Deus me disse...

Recentemente os leitores do blog testemunharam uma das minhas muitas fragilidades, a de não conseguir abandonar livros de poesia. Não que eu seja um leitor costumaz de poemas, até gostaria de lê-los com mais frequência, mas os livros que tenho são importantes para minha formação como ser humano e leitor, carregam uma carga emotiva bem forte. Todas as vezes que olhava a estante e pensava neles sentia que ainda não estava preparado para abandona-los.

Hoje eu acordei e pensei, porque não? Já abandonei livros que foram tão importantes na minha formação, posso citar vários: O Amor nos Tempos do Cólera, Diário de um Ladrão, Um Sopro de Vida, Feliz Ano Velho, O Caçador de Pipas,  Meu Pé de Laranja Lima, e tantos outros. Fui buscar um livro curto que ganhei do meu amigo Walter em dezembro de 1986, não tem toda a obra, mas é um começo para gostar de ler Fernando Pessoa (1888-1935). A antologia poética tem muito a ver com quem a organizou, no livro em questão a introdução e a seleção dos poemas foram feitas por Walmir Ayala (1933-1991) que além de romancista, teatrólogo, crítico de arte, foi também poeta e, em parceria com Manuel Bandeira, organizou a série Antologia dos Poetas Brasileiros – Fase Moderna, para a editora Ediouro.

Na edição que pretendo abandonar tem uma introdução muito bacana com uma biografia sintetizada do Fernando Pessoa incluindo no final do livro uma cronologia da vida do poeta. A seleção dos poemas abrange as obras que o Fernando Pessoa assinou como ele mesmo e também por seus heterônimos Alberto Caieiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Diferentemente dos pseudônimos os heterônimos tem personalidade poética própria, identidades falsas que tem manifestações diferentes do autor original. Um quarto heterônimo de grande importância na obra de Fernando Pessoa é Bernardo Soares a quem ele concedeu a autoria do Livro do Desassossego.

A frase que abre o post é do poeta e faz parte do livro, assim como os trechos abaixo. É para acalentar a alma.

“O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.”
                                Fernando Pessoa

“Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
                         Ricardo Reis

Cidade do abandono: Rio de Janeiro/RJ
Local: Hotel Guanabara - Ap 1002 - Gaveta do armário
Data: 16/08/2013

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