segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O FIO DA NAVALHA


Este livro é um clássico, uma obra escrita em 1944, no final da Primeira Guerra Mundial, que se tornou muito emblemática para os dias de hoje. Pense num cara charmoso e educado, meio playboy, que volta da guerra e precisa achar o fio da meada de sua vida.
Pode parecer, mas não estou me referindo ao filme Nascido em 4 de Julho, e sim ao livro O Fio da Navalha, o processo é quase o mesmo já que o século 20 produziu um sem número de livros, filmes e documentários sobre jovens perdidos do pós guerra. Depois de ver seu melhor amigo morrer nos campos de batalha, o jovem Larry Darrell retorna aos Estados Unidos completamente transformado. Em pouco tempo decide deixar a vida burguesa de Chicago e adiar seu casamento com a bela Isabel. Como muitos jovens de sua geração, Larry vai passar uma temporada de loucura e depressão quando decide ir a Paris, lá ele perambula pelos cafés e começa a ler livros sobre a Índia e o Nepal.
Então Larry vê a possibilidade de um mundo radicalmente novo, abandona seus amigos ricos e seu estilo de vida e vai para a Índia em busca de iluminação, o tema misticismo oriental e a busca pela espiritualidade nunca foi tão atual, mesmo sabendo que o livro foi escrito há quase setenta anos.
O Fio da Navalha, expressão retirada por William Somerset Maugham (1874-1965) de um dos Upanixades (textos das escrituras Shruti Hindus), rendeu várias versões para o cinema, entre elas a de 1946, com Tyrone Power no papel principal, com direito a Oscar para Anne Baxter, e a de 1984, estrelada por Bill Murray.
Apesar do êxito comercial, com elevados volumes de vendas, produções teatrais de sucesso e uma série de adaptações cinematográficas, Maugham jamais conseguiu o respeito por parte dos críticos e companheiros escritores. Esses atribuíam a sua obra uma carência de lirismo, além de criticarem seu reduzido vocabulário. Ele próprio era modesto, no final de sua carreira, disse que poderia ser considerado como "um escritor dos melhores entre os escritores da segunda fila". Eu, humildemente, discordo.
Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Jardim Brasil - ao lado da Igreja
Data: 04/04/2012

Um comentário:

  1. Imagine!! O autor de obras primas como Adorável Julia e Servidão Humana colocar-se na segunda fila... Humilde era ele.

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